26.9.06

MSN

Diálogo ouvido ontem, lá pelas 3h da madrugada:
-"Posso te fazer uma pergunta"?
-'Sim."
-" A senhorita está apaixonada?"
-" Prometo responder a verdade se você me disser por que está perguntando isso."
-" Mudança de humor. Posts sobre amor, inveja, querer ser outra pessoa. Mulher quando começa a variar muito assim o humor..."
E aí, ela respondeu a pergunta. E fim!

22.9.06

Não quero mais ser quem eu sou

Quero viver num mundo sem lembranças e sem expectativas. Quero abandonar este corpo e tudo o que de concreto que se refere a ele. Quero novos materiais de construção. Quero olhar para um novo papel de parede e mudar minha página no orkut. Quero mudar todas as caras que tenho visto e todos os recados e tudo, tudo, tudo ao meu redor. Quero acordar me chamando Joaquina, ou Maricota, ou Izabella ou Fernandinha, ou Carolina...Qualquer nome é mais fácil do que Daphne. Porque Daphne, todo mundo sabe que sou eu e lá vou eu ser obrigada a arrastar minha mala com toda a minha bagagem Se eu me chamasse Juliana, ou Tatiana, quando alguém pronunciasse meu nome, ninguém ficaria esperando por esta psicóloga com sardinhas, mas por qualquer menina carioca, provavelmente morena de sol, provavelmente formada em comunicação, ou administração, ou sei lá!... Mas não por mim! Eu não quero mais ser quem eu sou, eu não quero mais acordar sendo Daphne. Quero - pelo menos por um dia que seja - acordar sendo outra pessoa e transitar pelo mundo de desconhecidos que será o mundo desta nova pessoa. Quero me chamar Tati, Carol, Dani, Ju...
Ah, o peso de ser Daphne...
Estou angustiada.

20.9.06

Meu mau-humor.

Meu mau-humor é verde, gosmento e grudento que nem aquelas gelecas com as quais as crianças da minha geração brincavam. É uma espécie de "Geléia" dos Ghostsbusters. E ele vem e faz "buuuuuu" para as pessoas que passam na rua. Aí, quem nunca o viu, toma um tremendo sustão. Ele ri e sai se rastejando e meio que engasgando com a própria risada: "rrrrss, grrrss, gasp, gasp"....
Mas meu mau-humor também é tão tolo que, só de rir com o susto que provoca nos desavisados, ele já começa a ficar bobo e daí para a brincadeira é um pulo. Então ele começa a contar piadas e quando vê: pronto, ele caiu na gargalhada! Onde já se viu? Mau-humor gargalhando? Por isso, também, ele é considerado a ovelha negra da família e não é levado a sério pelos demais.
Disto resulta que, quem já o conhece há um tempinho, perde um pouco o respeito por ele. Suas primeiras vítimas quando o encontram na rua, vêm cumprimentá-lo, dando tapinha em suas costas: "e aí, Seu mau-humor, como o senhor está?". Ele fica meio inibido - sabe como é, não é muito social - embroma uma resposta e quando dá por si, já está batendo altos papos. Assim é que, entre os que são íntimos, meu mau-humor é extremamente popular, mas nem um pouco temido. É que no fundo, todos o sentem como parte integrante da família e sabem que é só dar um tempinho, que ele logo muda de humor...

19.9.06

Ensaio Sobre A Inveja

Senhora Inveja mora num cortiço que, de tão mafuá, pode ser chamado de cabeça-de-porco. Tem como vizinhos mais próximos D. Solidão de uma lado, Sra. Incompetência de outro e o Sr. Amargura no apartamento da frente.
A Inveja é assim: mora num lugar sujo, cercada de gente ruim. O problema é que ela está incrustada nas áreas mais nobres da região. Ou seja: sua vizinhança se espalha por entre todos os moradores, sendo quase impossível alguém afirmar honestamente que não a conhece.
Por isso a encontramos, durante a semana, usufruindo o mesmo banco da praça por onde caminha a Srta. Paixão. Ou almoçando no mesmo restaurante a quilo que o Dr. Trabalho. Ou ainda: malhando na academia da mocinha Juventude.
A Inveja também pode ser vista aos finais de semana passeando no shopping onde transita a família - esposa e filhos - do Sr. Consumo e, como arremate, badala nas melhores nights, com a turma do jovem Prazer.
Assim, Sra. Inveja, a despeito da repugnância automática que ela provoca, é presença constante nos arredores e, apesar da luta generalizada para dela se desvencilhar, sua nefasta presença continua a incomodar a todos.
Todavia, existe um seleto condomínio por onde ela não transita. Neste lugar, seguranças armados de raios paralisantes impedem sua entrada, deixando-a indignada. Ela já pulou muros, escondeu-se entre cargas, invadiu sorrateiramente à noite, mas é sempre surpreendida e, então, expulsa. A verdade é que, neste local, ela até consegue entrar, mas não pode permanecer. Detectores sensibilíssimos sempre sinalizam sua presença e ela é sempre obrigada a se retirar. Nestes momentos, ela costuma bradar revoltada: "eu voltarei, eu voltarei!", mas os moradores se entreolham silenciosamente e voltam às suas casas, fechando suas portas e afirmando repetidas vezes para si mesmos que ela realmente pode voltar, mas que é tarefa comum expulsarem-na quantas vezes forem necessárias.
Isto tudo porque o proprietário mais antigo e fundador da vila foi o Dr. Amor. Ele se mudou para as cercanias desde que aquela fora inaugurada e ali fincou raízes com sua família. Seus muitos descendentes originaram as famílias Caridade, Fé e Amizade e hoje em dia todos encontram-se reunidos na mesma localidade, preservando e trabalhando em prol do lugar que fora desbravado por seu antecessor mais ilustre. E todos sabem que a Sra. Inveja é moradora antiga e popular, mas também reconhecem que abrigá-la é expor-se desnecessariamente à sua influência sutil e destruidora. E que abrir as portas de seus lares para ela, é condenar-se a contaminarem seus afetos com o fel que corrói até as melhores intenções.
No lugar onde o Amor é referência, não pode haver guarida para a Inveja. Todo esforço para mantê-la afastada é a salvaguarda dos afetos sinceros e queridos, que não podem e não serão maculados por nada que seja menos que sublime.

A Esperança é Verde Numa Segunda-Feira Cinzenta.

Arrisco movimentos novos, recuo para avançar logo em seguida. Retorno a caminhos já percorridos, mas não totalmente conhecidos. Jogadas mirabolantes driblando dificuldades reinantes. Arremessos arrojados para finalmente conseguir a tão sonhada classificação.
Vejo as pessoas ao meu redor: depois da tempestade, laivos de sol buscando brechas entre as nuvens. Sorrisos nos meus amigos que estavam se acostumando com as lágrimas, crença em outros que já estavam a descrer. A alegria deles me contagia, sua felicidade me faz feliz também. Talvez seja epidêmico, quem sabe?
A esperança é verde nesta segunda-feira cinzenta. Amanheci feliz e disposta a lutar. Abri meu coração a novas possibilidades e acreditei que a vida é perfeita. Agradeci a Deus tudo o que ele nos dá e fui atrás para fazer a minha parte. Escrevi um texto simplório, infringi as regras gramaticais e coloquei meu coração sem lapidar nas páginas do meu diário virtual. Enfim: comecei uma nova semana.

15.9.06

Homenagem ao anúncio mais fofo da tv.

Ou: Vendo Beijo. Ou ainda: "Eu vim entregar o pedido".

Someone is there
Waiting for my song
I´m only looking for someone who sings along
When all my dreams,
Finally reach yours
We will uprise and maybe find our true love

11.9.06

Descrição do problema (Ou: Porque é que eu sou assim)

Ps: em Ainda é cedo, a "menina" sou eu e "eu" é o outro. Na outra música, sou "eu" mesma.
"Uma menina me ensinou/ Quase tudo que eu sei/ Era quase escravidão /Mas ela me tratava como um rei/ Ela fazia muitos planos/ Eu só queria estar ali/ Sempre ao lado dela/ Eu não tinha aonde ir/ Mas, egoísta que eu sou,/ Me esqueci de ajudar/ A ela como ela me ajudou/ E não quis me separar/ Ela também estava perdida/ E por isso se agarrava a mim também/ E eu me agarrava a ela/ Porque eu não tinha mais ninguém/ E eu dizia: - Ainda é cedo cedo, cedo, cedo, cedo/ E eu dizia ainda é cedo...
Sei que ela terminou/ O que eu não comecei/ E o que ela descobriu/ Eu aprendi também, eu sei/ Ela falou: - Você tem medo/ Aí eu disse: - Quem tem medo é você/ Falamos o que não devia/ Nunca ser dito por ninguém/ Ela me disse:- Eu não sei mais o que eu sinto por você... Vamos dar um tempo, um dia a gente se vê...
E eu dizia: - Ainda é cedo, cedo, cedo, cedo, cedo...
Nunca sei o que se passa/ com as manias do lugar/ porque sempre parto antes/ que comece a gostar/ de ser igual/ qualquer um/ me sentir mais uma peça no final/cometendo um erro bobo, decimal
Na verdade continuo sob a mesma condição/ distraindo a verdade, enganando o coração"...
Ainda é Cedo - Legião Urbana /
Antes Que Seja Tarde - Pato Fu

8.9.06

Oferece-se

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5.9.06

Construindo o Homem Ideal (post sempre em construção).

Atenção: a) a fim de evitar qualquer problema, todos os senhores aqui citados são personalidades públicas e obviamente eu não os conheço. Então, nada de quererem associá-los a pessoas do meu convívio. E tenho dito! b) as características estão por ordem: da cabeça para os pés e depois, características de comportamento. Não estão listadas por preferência.
Os fios grisalhos na lateral do cabelo do Bonner/
Sobrancelha do Leonardo Di Caprio ou do Jack Nicholson/ O “apertar de olhos” do Christopher Meloni/ A voz do Guilherme Isnard cantando “Formosa”/ A altura e a expressão de “quem sabe das coisas” do Antônio Fagundes /Hugh Jackman. Qualquer coisa dele serve ai, ai... / O cérebro do Dr. House (Hugh Laurie)/ As músicas do Renato Russo (mais uns versos do Nando Reis)/ O jeito de mafioso do Al Paccino/ Determinada atitude do Robert De Niro em “Cape Fear”(não vou especificar qual, nem vem!) / A força de caráter do Dr. Wilson (Robert Sean Leonard)/ O humor do Wolverine (o personagem)

4.9.06

Daquilo que eu sei

Eu sei do que eu vivi. Não que eu não tenha lido diversos manuais, eu os li. Por obrigação ou por vontade própria, o fato é que os li. Afinal, deve ter alguma coisa que preste naquelas receitinhas.
Mas não é isso a que me refiro. Do que eu li, só ficou o que eu pus à prova. O que tenho, o que trago comigo, são os baús das minhas histórias vividas. Baús pesados, de madeira de lei. Daquela antes da consciência ecológica ser despertada, senão, eu juro que trocaria por outro material, mais leve e que contribuísse pro desenvolvimento sustentável. Enfim. Daquilo que eu sei. Foi o que vivi, vi, ou o que ouvi. Dá praticamente no mesmo, considerando a imaginação fértil que tenho.
Não quero dizer com isso que saiba mais que os outros. Pelo contrário: acho, muitas vezes, que sei menos. Ou, pelo menos, menos do que eu queria saber. Apenas afirmo - e repito, pra mó de que não haja dúvida - que meu conhecimento (eu prefiro sabedoria, mas aí soa muito pernóstico) deriva das minhas experiências. Resulta de muitos "não" e de poucos "sim" que eu coleciono ao longo da vida. Não veio como parte integrante do álbum de figurinha, não aprendi no jornal das oito, não conclui no teste da revista. Advém de cada corte na carne, de cada gota de sangue que muitas vezes amargou meu paladar. Daquilo que eu sei, tudo passou pelo crivo da minha pele. Dos meus sentidos. Da minha mente, mas, principlamente, do meu coração.
E é por isso que hoje, com tranquilidade eu afirmo: digam o que disserem, eu ouço todos os conselhos. Mas meu juiz vive - acordado e trabalhando noite e dia - dentro de mim. E podem me cobrar tudo aquilo que eu fizer. No dia do julgamento, não vou culpar ninguém: eu fui, sou e sempre serei, senhora do meu destino. Porque caráter é
destino.

Melancia

Mudamos nossos caminhos. Fazemos escolhas distintas que, passo a passo, nos levam a lugares tão diferentes, que acreditamos que não nos encontraremos mais. Mas a vida é muito engraçada. E eu sei que Deus é perfeito, então toda sua criação também o é. O que eu quero dizer é que, entre tantas idas e vindas, nós ainda somos amigas. Estamos muito diferentes, é verdade. Pensamos diferente, desejamos diferente, isso tudo é verdade. Mas não se apagam 15 anos assim, e isso também é verdade. Você dividiu muitas coisas comigo. O “telefone”, o ‘Blue”, o “Ricky was a young boy”, o “bocó” e tudo o mais. E depois disso, muitas vezes senti que uma muralha nos separava. Mas aí vem você e faz observações tão claras, tão lúcidas! Você vê o que nem eu quero admitir. E eu acho que isso deve ser o que chamam amizade. Ainda acho que nos distanciamos um bocado e que não recuperamos o elo anterior. Mas também acho que tudo na vida tem uma razão de ser e se isso acontece assim, é porque talvez precisemos disso para crescer. E hoje, mais do que nunca, tenho uma certeza muito forte dentro de mim: por mais longe estejamos, a ligação não se rompeu. Simplesmente porque isto é ser amigo. Simples assim.

1.9.06

Fizeram para Mim (mesmo que não saibam...)

Você é tão acostumada/ A sempre ter razão/ Você é tão articulada/ Quando fala não pede atenção/ O poder de dominar é tentador/ Eu já não sinto nada/ Sou todo torpor
É tão certo quanto calor do fogo/É tão certo quanto calor do fogo/ Eu já não tenho escolha/ E participo do seu jogo, eu participo
Você sempre surpreende/ E eu tento entender/ Você nunca se arrepende/ Você gosta e sente até prazer/ Mas se você me perguntar/ Eu digo sim/ Eu continuo porque a chuva não cai só sobre mim
Vejo os outros/ Todos estão tentando/ É tão certo quanto calor do fogo/ Eu já não tenho escolha/ E participo do seu jogo, eu participo
Não consigo dizer se é bom ou mal/ Assim como o ar me parece vital/ Onde que vá e o que quer que eu faça/ Sem você não tem graça
É tão certo quanto calor do fogo/ É tão certo quanto calor do fogo/ Eu já não tenho escolha/E participo do seu jogo.
Fogo - Dinho Ouro Preto / Bozo Barretti