29.3.07

Tchurumbequetchurum...2

Ou: Acertando as contas com o passado.
D: "-Você não vê que está me enlouquecendo quando age assim"?
R: "- E você está enlouquecida?"
***
D: "-Sabe do que eu mais gosto em você? Do seu nariz!"
R: "-Você deve estar muito apaixonada por mim mesmo, para gostar do meu nariz".
***
D: "-Eu nunca sei o que esperar de você! Você parece uma montanha-russa: eu nunca sei quando está subindo ou quando está descendo!"
R: "-O problema é que você ainda quer andar nesta montanha-russa".

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Tchurumbequetchurum...

Quarta, 28/03/07

Meu signo é câncer, mas minha lua está em peixes, daí que, às vezes, também olho este signo. E não é que o de hoje caiu como uma luva? "É o passado, rondando minha porta feito alma penada"...

Peixes - de 20/02 a 20/03 - regente: Netuno O pesado e restritivo Saturno ainda se opõe ao seu regente. Ele é como aquele cobrador, que bate à sua porta para acertar as contas pelos atos passados. Não discuta - ele sempre tem razão - e pague logo. Depois, aprenda uma das lições do tempo: que o futuro sempre chega, por exemplo.
Ok, ok, eu me rendo! Admito: sou culpada! E agora, faço o quê? Espero um pouco, porque, num futuro breve, talvez possa me redimir do meu passado.
***
Um breve diálogo no tempo:
"-Daphne, eu não gosto do seu batom laranja".
Silêncio sepulcral na sala. Todos se entreolham, após tão estapafúrdia declaração. Daphne, se pudesse, cavaria um buraco e sairia pelo outro lado da rua. Mas, como não pode, respira fundo e, fazendo cara de abóbora (ou, para ser mais elegante, "ar blasé"), responde forjando a maior naturalidade:
"-Só que não é laranja. É dourado".
Ele insiste (aliás, quando ele deu o braço a torcer?):
"-Só que, o dourado do batom, com o vermelho dos seus lábios, fica laranja".
(...)
Silêncio ainda mais sepulcral. Todos esperam a resposta de Daphne. Mas, ficam esperando ad eternum, porque ela - pra variar - ficou sem palavras diante dele e finalmente cavou o tal túnel com saída na av. Ayrton Senna.

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28.3.07

Ciclo Circadiano

Ou: Poetica II

De manhã, eu durmo.
De tarde, trabalho.
De madrugada, converso.
***
E na conversa de hoje, deu-se o seguinte diálogo:
"-Você precisa saber se esta situação é inacabada".
"-Eu preciso saber se esta situação é inacabada ou inacabável."

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26.3.07

Redenção

Será isto um erro? Eu fico a me perguntar... Ou, melhorando a pergunta: quão grave é este erro?
Sempre que meu presente me desagradava, buscava refúgio no futuro. Imaginava situações mil, maravilhosas, onde eu era sempre feliz num futuro idílico e sem nenhuma obrigatoriedade de ser exequível.
Hoje, às vésperas de completar 30 anos, e com bem mais experiência, tomei o sentido oposto. Quando meu presente me desagrada, sonho com um passado, distante, onde eu suponho que era mais feliz. Um passado onde eu acreditava que podia tudo, onde o "certo" sempre vencia o "errado" e o Bem triunfava no final. Onde ser correta e lutar por seus objetivos era a salvaguarda de que seus sonhos se realizariam. Onde eu podia tudo, com trabalho, retidão e fé. Mas, podia tudo.
Hoje, me sinto podendo quase nada. Esforço-me, diariamente, para continuar tendo fé de que "dias melhores virão"! e assim, obrigo corpo e alma cansados, a continuarem caminhando. Vou me empurrando sem saber muito bem para onde, na fé cega de que o caminho está correto e em breve encontrarei o oásis para matar a minha sede. Onde descobrirei a saída ao fim, e vou me livrar da selva escura e perigosa na qual fiquei perdida, andando muitas vezes em círculos, nos últimos anos.
Então, sem nem precisar fechar os olhos, simplesmente imagino que estou de volta àquele tempo onde eu era a "Bond girl" e tinha super-poderes. Onde, com um sopro, podia derrubar a legião de malvados que me cercava e com algumas piscadinhas de olhos, o herói mais atormentado que eu já conhecera. Onde eu virava tudo do avesso, só para poder reconstruir à minha imagem e semelhança. Onde eu era mais eu. Onde eu descobri quem eu era. Onde eu fui mais feliz.
E hoje, num dos milhares de diálogos hipotéticos que travo em minha cabeça, sonhando em poder voltar, um dia que seja, para aquela situação, eu ouvi você me perguntar:
"- Afinal, Daphne, o que você realmente quer?"
"- Redenção. Eu quero me redimir de meus erros. E fazer tudo certo desta vez."
***
E aí, a gente talvez descubra que não há mesmo caminho e que a decisão anterior foi, de fato, a mais correta. Mas, então, eu poderei seguir em paz com a minha consciência, pensando que eu fui melhor do que aquilo que eu verdadeiramente sou.

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Daphne em Conserva 2.

Eu também possuo idéias bastante inovadoras em relação a temas nos quais, as pessoas em geral, costumam ser antiquadas.
Esclarecendo: não sou liberal. Longe de mim. Mas, inovadora. Imprimo visão novas a antigos conceitos.
Enfim, só um adendo, nada mais...

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25.3.07

Daphne em Conserva.

Ontem eu saí com uma blusa frente-única. Nada demais, nada mesmo. Aí hoje, minha mãe me disse que tinha ficado preocupada de me ver saindo assim, que "poderia acontecer alguma coisa comigo".
Achei muito engraçado, porque não tinha nada demais mesmo na roupa.
E falei para ela que o problema é que eu sou tão, tão conservadora que, quando eu arrisco a ousar um pouquinho mais, ela estranha. Ela concordou. E isto me lembrou uma vez que o Marcos (mesmo sem nunca ter me visto pessoalmente) me chamou de conservadora, pelas histórias que ele ouvia a Ana contar de mim.
Bom ou ruim ser assim? Sei lá...

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23.3.07

Vem de repente um anjo feliz perto de mim...

Tenho andado triste e confusa nos últimos dias. E resolvi escrever um texto sobre isto. Mas aí, antes de acessar o blog, vi meu orkut e havia uma mensagem - bastante clichê, por sinal - a respeito dos sinais de Deus e se nós, ao respondê-los, somos como anjos.
Aí, como num flash, me lembrei de uma paciente que atendi no Lourenço Jorge. Uma senhora, internada na enfermaria de traumato-ortopedia e que estava ali há alguns meses, em função de uma complicação de seu quadro.
Ela estava deprimindo e a enfermagem solicitou atendimento do Serviço de Saúde Mental (sempre achei horrível este nome!). Então, quando cheguei, me apresentei e a inquiri em que eu poderia ajudá-la. Ela, muito hostil, olhou para mim e disse: "-Só vou te fazer uma pergunta: você faz milagre?" Eu sorri e disse que não. Ela respondeu: "_Então, não há nada em que você possa me ajudar". E virou-se de costas.
Bom, fiz o atendimento. Confesso que me desdobrei, a fim de mudar aquela falta de receptividade. Ao término do atendimento, a paciente disse para mim: "-Você lembra da primeira coisa que te falei quando você entrou aqui"? Eu disse que sim e repeti a pergunta sobre o milagre. Ela aí me disse: "-Pois então: você faz milagre sim!"
***
Acho que foi um anjo que pasou por aqui e me trouxe esta lembrança tão doce. E agora estou sorrindo. E mudei de idéia: não vou mais escrever aquele texto sobre um assunto tão doloroso para mim. Que fique para depois. Ou para nunca mais!

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22.3.07

Época de Páscoa. (Ou: Dias de Abril e Maio).

E têm início os dias mais bonitos do ano...

In The End

Things aren't the way they were before
You woudn´t even recognize me anymore
Not that you knew me back then
But it all comes to me in the end

I kept everything inside
And even though I tried
It all fell apart
What it meant to me will eventually be a memory of a time when
I tried so hard and got so far
But in the end, it doesn't even matter
I had to fall to lose it all
But in the end it doesn't even matter
I put my trust in you, pushed as far as I can go
And for all this there's only one thing you should know...

Trecho da música In The End, Linkin Park.

21.3.07

Dúvida Primária.

Eu aprendi na escola que a visão é o sentido executado pelos olhos. Mas como se, muitas vezes, só conseguimos ver quem realmente é o outro por meio daquilo que deles ouvimos, provamos, sentimos na pele?

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Verbete: Olhar 1.

Olhar também é algo engraçado: tem pessoas cujos olhos não funcionam, mas vêm. E gente - cujos olhos são perfeitos - incapazes de enxergar.

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Verbete: Sorriso.

Sorriso é imprimir no rosto o tamanho do seu coração.

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Verbete: Orgulho 1.

Orgulho é piscar os olhos seguidas vezes, até morrer dentro dos olhos a lágrima que insiste em nascer.

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Verbete: Verdade.

É a mais pura verdade: não queria que fosse assim. Mas nego veementemente se alguém me perguntar.

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Verbete: Saudade.

Saudade é uma coisa engraçada: é o sinal mais presente da ausência de alguém.

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19.3.07

A Presença da Ausência.

Certas presenças servem somente para enfatizar as ausências. Exemplifico:
Tomar um milkshake de ovomaltine na lanchonete Burgão serve apenas para te lembrar que você não está bebendo o milkshake de ovomaltine do Bob´s e não serve para matar a vontade de bebê-lo. Ou seja: a tentativa de substituição só aumenta a falta do ser/objeto ausente.
Comprar um CD de um determinado artista que você ama e, só em casa, descobrir que são regravações de péssima qualidade, na voz de um ilustre desconhecido, serve ao mesmo exemplo.
...
O dia (ou melhor, noite) de hoje serve ao mesmo exemplo.
Mas, eu me esforço por me contentar. Porque a vida tem que seguir. E eu tenho que seguir junto com ela.

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14.3.07

Comemorações (em resposta a "Lamentos").

Dos muitos aprendizados que ganhei nos últimos tempos, alguns dos que mais me fazer sentir que valeu a pena:
  1. viver mais o presente e menos o futuro,
  2. viver é melhor que sonhar,
  3. cair todo mundo (um dia) cai. Levantar é que são elas...
  4. amor não se aprende nos livros. Ou se experiencia ou você nunca saberá nada sobre ele,
  5. o que parece um grande mal, sempre se transformará num enorme bem.
    Na verdade, tem muito mais. Este é só um pequeno resumo. Depois vem mais.

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Texto Sem Porquê.

Saudades de escrever... Na verdade, gosto mesmo é quando as 2 ou 3 primeiras frases já estão transbordando em minha cabeça, implorando para "virem aqui para fora" e daí é só engrenar que o texto todinho sai, como se ele desde sempre tivesse existido, vivo na minha mente, só esperando o momento exato de ganhar vida própria e sair por aí.
Mas hoje não. Hoje as palavras estão soltas, meio desconexas, meio em estado bruto, esperando por lapidação. Meio "tempestade mental". Meio catarse. Ou diria mais espontâneo? Sei lá. Só sei que não estou pensando muito na forma - nem no conteúdo - apenas o suficiente pra não cometer erros crassos de grafia (que ofendam o bom gosto).
Apenas quero escrever. Passear pelo teclado com a intimidade que nós dois já temos um com outro. Ouso dizer que nos conhecemos relativamente bem. Aindo erro com ele, ele ainda me decepciona às vezes. Espero por uma reação ao meu movimento, vem outra e controlo-me para não me aborrecer. Mas ele é paciente comigo, tem boa vontade e está sempre disposto. A qualquer hora do dia - e principalmente, da noite - ele aceita meu convite à atividade e lá vamos nós: eu e meu teclado, soltando palavras ao vento para quem quiser catá-las neste mundo virtual.
É isto. Aqui estou, apenas aproveitando as delícias de poder escrever descompromissadamente. Escrever pelo prazer de escrever. Sem pensar nas palavras, na métrica, na fórmula. Apenas ser. Hoje eu quero apenas ser.

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13.3.07

Lamentos.

De todas as perdas que venho sofrendo ao longo dos últimos anos, a que mais lamento é a perda da capacidade de acreditar.

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7.3.07

Saudade não mata...mas maltrata! (como diria o Velho Octavio...)

Hoje eu sonhei com a vovó e, como sempre, acordei chorando. Mas acho que, pela primeira vez, chorei só de saudades dela.
Saudades infinitas, vovó Lecticia! Eu te amo!

Sobre a Inveja, o BBB7 e o Assunto Proibido.

Ou: A Inveja é Verde Como Os Olhos de Gato.
Reflexões antro-psicólogicas sobre o Big Brother Brasil:
O que desencadeou a perseguição do Alberto ao Diego e suas parceiras no BBB7 não foi antipatia gratuita. Foi inveja. Basta assistí-lo olhando para o oponente, que se verá claramente em seu olhar a inveja, o despeito, o desejo de estar no lugar dele. E quanto mais ele tortura (psicologicamente) o adversário, mais o outro se fortalece.
É sempre assim nos casos de inveja.
Tem uma frase de caminhão que diz: "sua inveja faz a minha fama". É verdade. A inveja que nos é dirigida acaba por ratificar a intensidade do nosso brilho e, paralelamente, corroborar a sensação de incapacidade do outro, o qual se sente afrontado com a nosso competência.
Conheci bem pessoas assim. Infelizes, no frigir dos ovos.
***
Este assunto é proibido (por mim mesma) de frequentar estas páginas. Desde o início estabeleci que ele não era digno de sequer ser citado e portanto, mesmo que às vezes eu morresse de vontade, jamais me permiti falar algo sobre ele.
Mas hoje eu faço uma exceção, motivada pelo tema deste post.
Em homenagem à possível melhor notícia dos últimos tempos, eu faço uma referência, ainda que em código:
O mundo dá voltas!!!
E eu só quero que as máscaras caiam. E se isto for verdade, elas já caíram. Para mim, é o suficiente (tá, um pouco de remorso, arrependimento e culpa também seriam bem-vindos, mas a descoberta da verdade já me satisfaz).

6.3.07

Praia. (Em dia de Sol).

Sol, céu azul, vento, nenhuma nuvem, mar verde, mar azul.
Praia.
Cheiro de hipoglós, de maresia, de tatuí, de bronzeador, de milho.
Praia.
Empinar pipa, jogar frescobol, futevôlei, correr, jogar bola, andar de bicicleta, de patins, surf, body board, kite surf, jet sky.
Praia.
Biquíni, canga, sunga, maiô, saída de praia, bermuda surfista, short, top less.
Praia.
Som do mar, dos vendedores ambulantes anunciando seus produtos, do helicóptero de salvamento, do avião que passa baixo, do radinho do quiosque na estação popular.
Praia.
Sanduíche natural, biscoito Globo, biscoito Extra, camarão, queijo coalho, cerveja, moço do mate, picolé, água de côco, "chupetinha" (com direito a sineta), peixe frito, caipirinha.
Praia.
Areia fofa, areia quente, areia firme, calor, água gelada, friozinho no corpo, pele arrepiada, vento à beira-mar.
Praia.
Corpos dourados, morenos, negões, branquelos, marcas de biquíni.
Praia, praia, praia.

2.3.07

Parafraseando Renato Russo:

São meus pacientes que tratam de mim...

O Reencontro.

Tudo foi acontecendo meio que por acaso, acho que nenhuma das duas partes envolvidas planejou. Apenas se deixram levar pelo que parecia ser mais forte do que elas. Foi assim:
Fuxicando o orkut de uma amiga, descobri que podia acessar clips de músicas no site You Tube. Entusiasmada, passei a pesquisar vários e lentamente fui me dando conta de que eles me lembravam muito uma pessoa que andava distante.
Empolgada, passei a acessá-los cada vez mais. E a cada vídeo assistido, mais forte aquela presença ficava e eu ia me recordando das características daquela pessoa: a confiança no futuro, a certeza de que "tudo termina bem e se ainda não está bem é porque o fim ainda não chegou", o entusiasmo quase infantil...Nossa! De repente me dei conta de quanta saudade eu sentia.
Pensando nisto, comecei a buscá-la. Aquela tranquilidade, a calma que advinha de não se acomodar, mas também, de não se precipitar em sua busca. Sim, uma eterna busca pelo que desejava, sem jamais aceitar menos do que julgava merecer. Sempre pensava: "há tempo. Se não for desta, será da próxima vez". E assim pensando, ia procurando as flores do caminho e quando não as encontrava, saía em busca de um novo caminho.
Enfim, passados alguns anos, nós havíamos nos distanciado. E achei que fosse definitivo. Mas eis que ela ressurge, das cinzas de muitas experiências vividas, tão radiante como era! Tal como uma fênix, fortificada pelas lutas, pelos muitos "nãos" e poucos "sins".
E esta pessoa, esta pessoa, SOU EU!!!
***
E agora eu cantarolo que nem a Blitz: "eu me amo, eu me adoro, eu não consigo viver sem mim"!

1.3.07

Feliz Aniversário, Rio de Janeiro!

Foto de Bernardo Rebello.