31.10.06

Darlan Charles

Ou: Porque, às vezes, tudo o que uma mulher precisa é de salãodebelezaterapia.
Ando que nem a música do Zeca Baleiro: "triste, tristinha". Então antes de dormir, planejei meu dia seguinte, como um antídoto contra a nuvem negra que me agourava: pulo na praia, cortar o cabelo (longuíssimo) e ir ao mercado. Acordei num bode ainda pior do que o da véspera, mas juntei os caquinhos e fui. Já antes de sair, uma boa notícia: uma primo muito querido havia passado num concurso. Isto já me deu uma injeção de bom ânimo e de forças para prosseguir.
Fui à praia e estava uma delícia. Água do mar deveria ser ingerida diariamente que nem oxigênio, porque faz bem pro corpo e pra alma. Caminhei, me molhei, peguei sol e parti rumo à segunda parada: o salão de beleza. E é aqui que a história começa:
Meu cabeleireiro estava um pouco atrasado, mas como eu não tinha nenhum compromisso, esperei sem problemas. Ele se desculpou quando começou a me atender e foi logo puxando assunto. Contou que estava no orkut, que não era muito de computador e que seu cliente havia ido a outro salão e a cabeleireira cortou a orelha do rapaz com a navalha. Vi logo que ele era conversador e brincalhão, mas de forma agradável. Me falou para procurar por ele no orkut: Darlan Charles. E então fomos para a cadeira, para "às vias de fato".
Perguntou como eu queria o corte e eu expliquei que era conservadora com meu cabelo, não gostava de arriscar muito (até porque, e isto eu não confessei, eu não o conhecia e estava morrendo de medo que ele estragasse minhas madeixas). Falei que queria manter o que já estava - franjão e camadas na frente, acompanhando - mas tirando um pouco do comprimento, que estava pesando. Feito o combinado, ele começou a cortar. E continuou a falar.
E enquanto Darlan Charles cortava meu cabelo e conversava, eu tive uma série de insights. Acho que o mais importante foi que a minha profissão não é nada se comparada a do cabeleireiro. Porque o atendimento dele valeu por umas 10 sessões de terapia pra mim. Darlan se mostrou um profundo conhecedor da alma feminina. Por exemplo, ao propor um repicado diferente nas pontas, falou para mim: "eu sei que você é conservadora, mas com um quê de mulher fatal". Claro que topei na mesma hora a sugestão dele! Além de trocentas tiradas que fariam qualquer ego moribundo se levantar e andar.
É por isto que dedico o post de hoje ao Darlan Charles. Porque num período muito ruim, em dias bastante cinzentos, ele me fez recuperar a alegria e a leveza. A descontração e a crença de que os dias nem são tão feios assim. Basta que eu os enxergue com outros olhos. Talvez os mesmos olhos conservadores de sempre, mas com um quê de mulher fatal.

27.10.06

Sorriso

  • É de graça.
  • Mesmo no auge do cansaço, sempre é possível oferecer mais um.
  • Se você não tiver, eu te dou um dos meus.

26.10.06

Enguiço

EU, HOJE, ANDO ATRÁS DE ALGO IMPRESSIONANTE/ QUE ME MATE DE SUSTO/ UM IMPULSO/ UM ROMPANTE/ QUE É PRA ME DESVIAR DESSE MAR DE CALMANTE/ RODEI NEW YORK INTEIRA E NÃO TE ACHEI/ VOCÊ MORA EM BELÉM
EU SEMPRE ANDEI ATRÁS DE ALGUÉM/ PRA ANDAR NA FRENTE/ AH, EU QUIS ME APAIXONAR ASSIM/ PERDIDAMENTE/ UM ENGANO REDONDO/ O CIÚME INTUIU/ MEIO TARDE DEMAIS
AH, O MEU ORGULHO JÁ PERDEU TEU ENDEREÇO/ MAS O MEU CORAÇÃO NÃO/ EU NÃO/ EU NÃO ESQUEÇO
EU, HOJE, ANDO ATRÁS DE ALGO IMPRESSIONANTE/ QUE ME MATE DE SUSTO/ UM DISCURSO/ UM ROMANCE/ QUE É PRA ME DESVIAR DESSE MAR DE CALMANTE/ RODEI BELÉM INTEIRA E NÃO TE ACHEI/ VOCÊ MORA COM ALGUÉM....
Caso alguém saiba de alguém, cartas para este blog.
Adriana Calcanhoto

Às Vezes Cansa.

Triste? Sim. Arrependida? Não. Noutro dia escrevi um post e ele falava justamente sobre o caminhar com uma ilusão versus o caminhar sozinho.
Sou uma pessoa extremamente pé no chão. Realista até demais. Isto pode chocar quem conhece meu lado sonhador, mas na verdade, eles convivem mais ou menos em harmonia. Porque eu sonho com estrelas, mas tenho os 2 pés no chão. Isto às vezes é uma bênção, mas normalmente, é apenas maldição. Porque vejo a realidade com toda a dureza que ela carrega e muitas vezes acho insuportável o peso do mundo. O peso de não se enganar. É aterrador.
Não preciso de ninguém me dizendo verdades, porque eu as conheço, uma a uma. Por outro lado, tenho muitos dedos em atirar verdades nos outros, porque só eu sei o quanto eu posso ser cruel. Mas também, só eu sei o quanto de remorso eu carregarei comigo, se cruel eu for. Então, prefiro me calar e sair resignada, entrego as armas e o distintivo, entrego e me retiro, antes do duelo final. Porque não acho que este seja a solução e não quero carregar o mal dos outros no meu coração. Retiro-me, e só. Literalmente: só.
Triste, me sentindo mal e na expectativa de que as coisas melhorem. Esta não é a minha melhor versão. Gosto mais da Daphne palhaça, contando piadas sem graça e dando gargalhadas altas, que fazem os amigos mandarem-na rir mais baixo. Mas ela ainda está aqui dentro e é só dar um tempinho que ela ressurge. Como a lua: me dê um tempo e vou mudar de fase. A tristeza vai dar lugar à alegria e o semblante vai voltar a abrir. Me dê um tempinho e tudo voltará ao normal. Eu sei.
Mas é que às vezes cansa.

24.10.06

Fizeram para Mim 2

ou: Parafraseando.

Quando ela cai no sofá

So far away

Chopp de Vinho à beça na cabeça

Eu que sei

Quando ela insiste em beijar seu travesseiro

Eu me viro do avesso

Eu vou dizer aquelas coisas mas na hora esqueço

Por que não eu? Por que não eu?

21.10.06

AMOR

Ninguém mediu ainda, nem mesmo os poetas, quanto cabe num coração.
Zelda Fitzgerald

Manual de Uso

Regras básicas para me ganhar:
1. Demonstre seu afeto, da forma que você quiser, mas demonstre.
2. Me deixe segura. Sobre o que eu falo, o que eu faço...
3. Me dê atenção.
Regras básicas para me perder:
1. Traia a minha confiança
2. Me ridicularize.
3. Seja negligente.

19.10.06

Sorriso de boca fechada

Acho lindo homem que sorri de boca fechada. É verdade que fica um pouco parecido com o Popeye, mas eu gosto mesmo assim.
Ps: estas fotos não são as melhores. Mas foram as que eu consegui encontrar para ilustrar.

16.10.06

Sou espírita. Mas, antes e acima de tudo, sou cristã. E ser cristã, para mim, significa automaticamente “amar a Deus sobre todas as coisas”. Não é uma lição muito fácil de cumprir. Amamos nossos interesses particulares, amamos algumas pessoas que também nos amam, outras poucas que talvez nem tanto, mas amar algo que sequer compreendemos é de uma esfera mais complexa.
Mas eu acredito Nele. E acredito que esta minha crença é uma forma de amor. E acredito, principalmente, que ele está SEMPRE perto de mim. Em todos os momentos, inclusive – e principalmente – naqueles em que nem eu reconheço isto, quando ameaço me rebelar contra tudo que estou escrevendo aqui.
Para o espírita, Jesus é o espírito mais evoluído do nosso planeta, mas ele não é Deus. Filho dileto, mas que não é o Criador. Todavia, na prática, esta distinção quase não se percebe, pois lhe devotamos todo o amor, respeito, admiração e desejo de seguirmos no caminho que ele indicou. Assim é que as palavras “Deus” e “Jesus” se fundem em nossos corações, pois por meio do segundo, podemos alcançar o primeiro, cuja definição escapa aos limitados conceitos humanos.
Enfim, isto tudo para eu dizer que eu sei que Deus tem a hora certa para tudo. É uma das lições mais difíceis para eu aprender, porque sempre almejo determinar o dia e a hora dos acontecimentos da minha vida, oni e prepotente que sou. Apanhei e ainda apanho muito para entender que quase nada está em minhas mãos. Mal e parcamente eu mesma estou. Eu mal controlo a mim mesma, como poderia controlar os acontecimentos externos? Ah, insolência!
Os frutos têm a hora de serem desfrutados, os filhos, de virem à luz. O dia de nascer, a lua de subir ao firmamento. Então, por que atropelar? Por que tentar impor o nosso tempo ao tempo de Deus – infinitamente maior e mais perfeito? Por que esta insistência estúpida, esta burrice arrogante de pensar que sabe tudo, quando não se sabe nem mesmo o óbvio?
Hein, Daphne? Quando você vai aprender?

14.10.06

Eu NÃO estou apaixonado

Eu não estou apaixonado / Então não se esqueça / É só uma fase boba pela qual estou passando / E só porque eu te ligo / Não me entenda errado / Não pense que você sabe como é / Eu não estou apaixonado / Não, não / É porque...
Eu gostaria de te ver / Mas mesmo assim / Não significa que você significa muito pra mim / Então se eu te ligar / Não se empolgue / Não fale pros seus amigos sobre nós dois /
Eu não estou apaixonado
Não, não
É porque (Fique quieto...meninos grandes não choram)
Eu tenho sua foto na parede / Ela esconde uma mancha feia que está lá / Então não me peça para te devolver / Eu sei que você sabe que não significa muito pra mim /
Eu não estou apaixonado
Não, não
É porque
Você vai esperar muito tempo por mim Você vai esperar muito tempo
Eu não estou apaixonado, eu não estou apaixonado
I´m not in love - 10cc (tradução)

13.10.06

Clichê

De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama

De repente não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente

Fez-se do amigo próximo, distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente
Soneto De Separação - Vinicius de Moraes / Antonio Carlos Jobim

Feliz Aniversário, Bill!

Nós te amamos!

8.10.06

Noite chuvosa...vontade de comer.

ou: Ler blog é muito chato!

Quero escrever. Mas não tenho assunto. Ou talvez tenha, mas não queria escrever sobre estes assuntos que rondam minha mente nesta madrugada chuvosa.

Preguiça. Vontade de comer e beber guloseimas. Milk shake de ovomaltine, chopp de vinho, Kyr Royal. Hambúrger, batata frita, carpaccio, pastéis, croquetes de carne do alemão, bolinho de bacalhau ou bolinha de queijo. Casaco, conversa ao pé do ouvido. Sorrisos largos, braços entrelaçados. Conversa. Gargalhada. Beijo. Mais abraço.
Saudades de amigas queridas. Saudade de conversar com amigas para quem não preciso vigiar minhas palavras. Trocar idéias, comentar assuntos, perguntar se elas viram, perguntar o que elas acham. Aprender com elas, discordar delas. São minhas amigas queridas e estão – ainda que temporariamente – “indisponíveis” para mim. Lamento isto profundamente. Mas não fico triste por isto, porque já aprendi que na vida tudo está em constante transformação e, mais importante ainda, se elas são realmente minhas amigas, não será um afastamento físico momentâneo que as levará para longe de mim.
Noite chuvosa. Frio. Ah...preguiça! Vontade de não pensar em coisas muito sérias, apenas estar. Estar com que eu gosto, comendo coisas gostosas, em algum lugar gostoso.
Estar com “ele”. Ou, estar com elas.
Viu? Disse que não queria escrever sobre isto!
Mas a outra alternativa é que andei me esforçando pra ler outros blogs, sabe? sair desta coisa narcísica de só ler o meu e o da minha amiga. Mas me decepcionei. São chatos pra caramba! As pessoas ficam nuns devaneios chatos pra chuchu e se sentem! Rarara, será que meu blog também é assim? Será que sou tão chata quanto eles e não me dou conta? Cruzes!!!! Acho que nunca mais vou incentivar ninguém a ler meu blog. É chaaaaaaaaaaato!...

4.10.06

Elegia a Mim Mesma

ou: Ataque de Vaidade

O meu nome é assim: motivo de muito orgulho para mim! Diferente, elegante, delicado, sonoro...marcante.
O “Ph” no meio só vem confirmar a estranheza que ouvi-lo pela primeira vez causa. Todavia, sua sonoridade é agradável, lembra as fadas: etéreas, frágeis, esvoaçantes. Não por acaso, sua origem encontra-se na mitologia grega: uma ninfa!
Sim, tenho nome, mãos e pés de ninfa! Dedos longos e finos, rosto de traços idem.
Gostaria de me tornar elemental e ser responsável por proteger rios e lagoas. Gostaria de mergulhar nas profundezas do oceano, como uma personagem de Monteiro Lobato revisitada. Gostaria de conversar com Netuno e descobrir se em seu reino existem tantas fantasias quanto no meu.
Gosto muito do meu nome.
Quando criança, eu o odiava. As outras crianças não o compreendiam e por isso, debochavam de mim. E eu acreditava no deboche! Ah! Que coisa maravilhosa é crescer e descobrir que as pessoas ridicularizam tudo o que não podem ter. Tudo o que é inalcançável às suas míseras vidas de raposas.
Eu não!
Eu gosto de ser Daphne. Com ‘Ph”.

3.10.06

Me repetindo

A esperança dança na corda bamba de sombrinha,
E em cada passo dessa linha pode se machucar...
Azar!
A esperança equilibrista, sabe que o show de todo artista, tem que continuar...

2.10.06

Etimologia das palavras

A ORIGEM DA PALAVRA SINCERO
A palavra SINCERO foi inventada pelos romanos. Eles fabricavam certos vasos de uma cera especial. Essa cera era, às vezes, tão pura e perfeita que os vasos se tornavam transparentes. Em alguns casos, chegava-se a se distinguir um objeto - um colar, uma pulseira ou um dado, que estivesse colocado no interior do vaso. Para o vaso assim, fino e límpido, dizia o romano vaidoso: - Como é lindo !!! Parece até que não tem cera !!! "Sine cera " queria dizer "sem cera", uma qualidade de vaso perfeito, finíssimo, delicado, que deixava ver através de suas paredes e da antiga cerâmica romana. O vocábulo passou a ter um significado muito mais elevado. Sincero, é aquele que é franco, leal, verdadeiro, que não oculta, que não usa disfarces, malícias ou dissimulações. O sincero, à semelhança do vaso, deixa ver através de suas palavras os verdadeiros sentimentos de seu coração.

Sem título

Ah, se você soubesse tudo o que eu queria falar agora!
(...)
Ah!... Se você pudesse saber...

Catavento e Girassol

Meu catavento tem dentro/O que há do lado de fora do teu girassol/Entre o escancaro e o contido/Eu te pedi sustenido/E você riu bemol/Você só pensa no espaço/Eu exigi duração/Eu sou um gato de subúrbio/Você é litorânea/Quando eu respeito os sinais/Vejo você de patins/Vindo na contra-mão/Mas, quando ataco de macho/Você se faz de capacho/E não quer confusão/Nenhum dos dois se entrega/Nós não ouvimos conselho:/Eu sou você que se va/iNo sumidouro do espelho
Eu sou do Engenho de Dentro/E você vive no vento do Arpoador/Eu tenho um jeito arredio/E você é expansiva(o inseto e a flor)/Um torce pra Mia Farrow/O outro é Woody Allen.../Quando assovio uma seresta/Você dança, havaiana/Eu vou de tênis e jeans/Encontro você demais:Scarpin, soirée/Quando o pau quebra na esquina/Você ataca de fina/E me oferece em inglês:/É fuck you, bate-bronha/E ninguém mete o bedelho:/Você sou eu que me vou/No sumidouro do espelho
A paz é feita no motel/De alma lavada e passada/Pra descobrir logo depois/Que não serviu pra nada/Nos dias de carnaval/Aumentam os desenganos:/Você vai pra Parati/E eu pro Cacique de Ramos/Meu catavento tem dentro/O vento escancarado do Arpoador/Teu girassol tem de fora/O escondido do Engenho de Dentro da flor/Eu sinto muita saudade/Você é contemporânea/Eu penso em tudo quanto faço/Você é tão espontânea!
Sei que um depende do outro/Só pra ser diferente/Pra se completar/Sei que um se afasta do outro/No sufoco somente pra se aproximar/Cê tem um jeito verde de ser/E eu sou mais vermelho/Mas os dois juntos se vão/No sumidouro do espelho.
Composição: Guinga e Aldir Blanc

1.10.06

Sons e silêncios

Silêncio, dos meus lábios para fora.
Turbilhão, dos meus lábios pra dentro.