26.10.06

Às Vezes Cansa.

Triste? Sim. Arrependida? Não. Noutro dia escrevi um post e ele falava justamente sobre o caminhar com uma ilusão versus o caminhar sozinho.
Sou uma pessoa extremamente pé no chão. Realista até demais. Isto pode chocar quem conhece meu lado sonhador, mas na verdade, eles convivem mais ou menos em harmonia. Porque eu sonho com estrelas, mas tenho os 2 pés no chão. Isto às vezes é uma bênção, mas normalmente, é apenas maldição. Porque vejo a realidade com toda a dureza que ela carrega e muitas vezes acho insuportável o peso do mundo. O peso de não se enganar. É aterrador.
Não preciso de ninguém me dizendo verdades, porque eu as conheço, uma a uma. Por outro lado, tenho muitos dedos em atirar verdades nos outros, porque só eu sei o quanto eu posso ser cruel. Mas também, só eu sei o quanto de remorso eu carregarei comigo, se cruel eu for. Então, prefiro me calar e sair resignada, entrego as armas e o distintivo, entrego e me retiro, antes do duelo final. Porque não acho que este seja a solução e não quero carregar o mal dos outros no meu coração. Retiro-me, e só. Literalmente: só.
Triste, me sentindo mal e na expectativa de que as coisas melhorem. Esta não é a minha melhor versão. Gosto mais da Daphne palhaça, contando piadas sem graça e dando gargalhadas altas, que fazem os amigos mandarem-na rir mais baixo. Mas ela ainda está aqui dentro e é só dar um tempinho que ela ressurge. Como a lua: me dê um tempo e vou mudar de fase. A tristeza vai dar lugar à alegria e o semblante vai voltar a abrir. Me dê um tempinho e tudo voltará ao normal. Eu sei.
Mas é que às vezes cansa.