Elegia a Mim Mesma
ou: Ataque de Vaidade
O meu nome é assim: motivo de muito orgulho para mim! Diferente, elegante, delicado, sonoro...marcante. O “Ph” no meio só vem confirmar a estranheza que ouvi-lo pela primeira vez causa. Todavia, sua sonoridade é agradável, lembra as fadas: etéreas, frágeis, esvoaçantes. Não por acaso, sua origem encontra-se na mitologia grega: uma ninfa! Sim, tenho nome, mãos e pés de ninfa! Dedos longos e finos, rosto de traços idem. Gostaria de me tornar elemental e ser responsável por proteger rios e lagoas. Gostaria de mergulhar nas profundezas do oceano, como uma personagem de Monteiro Lobato revisitada. Gostaria de conversar com Netuno e descobrir se em seu reino existem tantas fantasias quanto no meu. Gosto muito do meu nome. Quando criança, eu o odiava. As outras crianças não o compreendiam e por isso, debochavam de mim. E eu acreditava no deboche! Ah! Que coisa maravilhosa é crescer e descobrir que as pessoas ridicularizam tudo o que não podem ter. Tudo o que é inalcançável às suas míseras vidas de raposas. Eu não! Eu gosto de ser Daphne. Com ‘Ph”.
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