Eu Tenho Muita Raiva.
De quem poderia me ajudar e, simplesmente por absoluto egoísmo, se nega a fazê-lo; de quem mente, engana, induz e depois, desmente, simplesmente porque é covarde demais pra se assumir; de quem poderia ser um pouco mais ativo, um pouco mais pró-ativo, mas porque o problema não é seu, se encarcera naquele reino confortável do “não sei, não entendo, não é meu meio, fiz tudo o que podia”, etc., e continua fingindo que ajuda, “sub-ajudando”, só para a consciência não sinalizar que algo vai mal. Eu tenho muita raiva. E eu detesto ter raiva. É, talvez, o sentimento que eu tenho mais dificuldade de lidar, o que mais eu desejo manter afastado, mas que, constantemente, se mostra presente. Não sei o que fazer com ele. Não sei o que fazer com esta dor no estômago, esta vontade de gritar que tudo vai mal e que ninguém me ajuda a melhorar. Pelo contrário: se puder ainda tirar uma casquinha, ainda se aproveita. Sabe aquilo: “eu sei que você não está bem, mas será que você poderia?”... E aí, vem o pedido e eu, que nem uma estúpida que sou, respondo: “claro, por que não? Por que não ajudar quem está precisando? Não vai cair a minha mão, se eu a der para alguém.” Mas os outros não pensam assim. Ah, não! A mão deles é descartável: eles usam para pegar aquilo que eles desejam e depois, a jogam no lixo. Para que ela não possa nunca mais ajudar a ninguém. E este é um post muito feio, que eu não gostaria de escrever, ou publicar. Mas é exatamente o que sinto neste momento e assim, quem sabe, o mundo pode ficar sabendo o quão humana eu sou. E o quão difícil tudo está.
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