14.2.07

Somos Todos Bonitos.

Noutro dia, durante minha aula de sábado, comecei a reparar: como são bonitos os(as) professores(as) que dominam determinado assunto! E me peguei lembrando de todos que me deram aula naquele dia e o que chamara a atenção em cada um. Depois, friamente analisando, acabei constatando que, na verdade, não eram realmente bonitos, em strictu sensu. Ou, melhor dizendo, no sentido atual de beleza, que apregoa seres perfeitos, que só existem nas páginas “photoshopadas” das revistas. O que era belo neles era o conhecimento. E aí, mesmo as gordurinhas abdominais, o cabelo por pintar, a roupa nem tão na moda, a estatura mediana e o peso extra davam lugar a um fascínio suave, que só quem se sente seguro é capaz de emanar. Então, comecei a refletir que este aprendizado poderia ser deslocado para todos os outros aspectos de nossas vidas. A beleza da mulher com quilinhos extras, do cara barrigudo, da garota magricela, do homem narigudo, da menina baixinha...e assim, fui chegando à conclusão, por fim, de que todos somos bonitos.
O charme de uma forma determinada de sorrir, um gesto das mãos ao falar, um olhar brilhante, o balançar dos cabelos, o andar, o jeito de fazer os outros rirem...quem dirá que tais atributos não são, afinal, aqueles que definem o que é bonito?
Deste modo, ao final do dia, fiquei elucubrando: o que será em mim que é bonito? Quais traços que só eu tenho e que, justamente por isto, me tornam bonita para um olhar mais acurado? E assim pensando tenho caminhado, descobrindo em cada esquina belezas que eu não conhecia por não saber que havia um outro jeito.