Eu quero ser a Casey!
Quando eu era criança, eu queria ser o Batman. Tive festa de aniversário dele, o Batmóvel, via o desenho sempre e até me fantasiei de Batman em um carnaval (enquanto minha irmã saiu de havaiana, uma graça!). Depois, quando virei adolescente, queria ser o Wolverine. Aquela mistura de humor sarcástico, com um certo ar de abandono e mais sua característica de indestrutibilidade eram (e ainda são) fascinantes para mim. Obviamente, não me fantasiei dele (seria deveras ridículo), mas assistia ao desenho, lia os gibis e vi os filmes. Até que um dia me dei conta que sempre almejava ser um super-herói e nunca uma super-heroína. E me questionei o porquê disto. E conclui que das duas uma: ou elas eram fracas demais, ou eram chatas demais. Ou melhor dizendo: ou não adotavam um comportamento condizente com o poder que possuíam, ou perdiam toda a característica humana que os super-heróis homens conservavam (Bruce Wayne era vingativo e tinha um fraco pela Mulher-Gato, Wolverine é tosco e abobalhado pela Jean, etc.). Mas as heroínas não: ou eram imbecis ou herméticas. Não queria ser como elas. Então, hoje eu estava assistindo a um dos únicos programas que acompanho na tv e a promotora enfrenta todo o mundo para denunciar um juiz parcial e canalha, que além de condenações injustas, torna-se o responsável pelo homicídio de uma criança, ao inocentar sua mãe após esta cometer a primeira tentativa. E então eu me peguei pensando: "eu quero ser esta promotora, eu quero ser a Casey Novak"! Pela primeira vez, eu via um personagem feminino ser dotado da força e, ao mesmo tempo, das fragilidades que eu penso ter. E isso não é "big deal", realmente. Nem sei direito porque isto virou um post. Deve ser porque agora eu peguei a estranha mania de querer escrever (quase) tudo o que penso. Mesmo que não seja grande coisa. Ou porque talvez, no fundo, eu ache que isto é uma grande coisa sim.
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